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sábado, 24 de abril de 2021

Sérgio Moro, Fábio Wajngarten e os militares

 O STF decidiu que o ex-juiz Sérgio Moro foi parcial no julgamento do ex-presidente Lula. Decisão que fortalece politicamente o possível candidato do PT à presidência da República. E enfraquece politicamente Sérgio Moro. Falo politicamente. Pois, não sei, ainda, qual será a reação do eleitorado em relação a Lula. E, claro, ao ex-magistrado.

Qual porcentual de eleitores “perdoarão” Lula em razão da suspeição de Sérgio Moro decretada pelo STF? Se o perdão ocorrer em parcela expressiva dos eleitores, o ex-presidente adquire condições de ter uma campanha tranquila em 2022. Se isto não ocorrer, Lula terá que criar narrativa para influenciar parcela do eleitorado a inocentá-lo. O perdão majoritário a Lula, o fortalece na disputa presidencial.

Existirão narrativas contrárias ao possível candidato do PT em 2022. O presidente Jair Bolsonaro e o candidato do Centro farão referência à corrupção na Era PT. O candidato Lula, por sua vez, defenderá os legados econômico e social do seu governo e dirá que o STF o inocentou. Qual narrativa será a vencedora em 2022?

A revista Veja traz para este final de semana explosiva entrevista com o ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten. De modo indireto e afirmativo, o ex-secretário responsabiliza o general Pazuello pelo atraso na vacinação contra a Covid-19. E isenta o presidente Bolsonaro. Pazuello e Wajngarten irão, certamente, depor na CPI da Covid-19. Duas versões concorrentes existirão. Ambas poderão atingir negativamente o Exército e o presidente Bolsonaro.

Aliás, e isto é um ponto fundamental: como o Exército reagirá caso a CPI responsabilize o ex-ministro Pazuello pelo atraso das vacinas? No governo Bolsonaro estão vários militares em posições estratégicas. E o ponto principal: a responsabilização de Pazuello poderá afetar negativamente o Exército.

A entrevista de Fábio Wajngarten salva o presidente Bolsonaro das “garras” da CPI? Inicialmente sim. Pois um culpado já foi encontrado, o general Pazuello. Resta saber o que o ex-ministro da Saúde dirá. E o que os senadores farão após os depoimentos dos ex-auxiliares do presidente.

A semana finda com o general Pazuello suspeito de ser o culpado pela falta de vacina. E com a possibilidade, repito, possibilidade, de nova crise entre militares e o presidente da República.


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